Norma "Marilyn Monroe" Jeane Mortenson, 1926-1962

domingo, 5 de agosto de 2012
Estamos exatamente em uma data onde todos dizem que Marilyn Monroe morreu. Eu não concordo. Quero dizer, concordo que fisicamente ela morreu. Mas apenas isso. Como alguém como Marilyn Monroe poderia morrer?
Exatamente hoje, 5 de agosto de 2012, completa-se 50 anos de morte de uma das maiores personalidades artísticas do mundo. Exatamente hoje, 50 anos atrás, Marilyn tinha entrado em um momento mais escuro de sua vida e tomou a decisão que a única forma de resolver seus problemas, a única forma na qual poderia estar finalmente livre, seria se matando. Foi durante a madrugada que Dr. Ralph Greenson arrombou a porta de um quarto e encontrou o corpo já não mais vivo de Marilyn Monroe, envolto em seus lençóis e ainda segurando o telefone, em sua casa em Brentwood. Com certeza um dos maiores choques que foi recebido naquela época.
Mas pouco se sabe sobre o verdadeiro motivo. Muito se é questionado e formulado sobre a forma com que aconteceu, os motivos que a levaram até ali, os problemas que Marilyn levou para a cama aquele dia. Alguns apostam aqui, outros apostam alí. A resposta é uma das poucas coisas que Marilyn levou consigo para o seu caixão. Em compensação, Monroe deixou inúmeras coisas para trás. Filmes, jóias, roupas, músicas, escritos, memórias de uma vida que nunca poderá ser esquecida. Materiais que ao passar do ano vão se tornando parte inseparáveis do cinema mundial.
Marilyn Monroe não foi qualquer atriz, qualquer um sabe disso. Não, ela tinha um talento incomparável, memorável. Mesmo que muitos achassem que era extremamente complicado e delicado trabalhar com ela devido seus atrasos longos e seu costume de ter de gravar uma cena diversas vezes até que ficasse de acordo. E ainda sim, ninguém negava que aquela bela garota loira tinha um incrível dom em frente às câmeras. Ninguém nunca duvidou disso, nem nunca poderá.
Marilyn Monroe viveu uma vida intensa, é verdade. Mas isso não a impediu de ir atrás do que ela tanto sonhava ser, apenas a deixou mais determinada. E mesmo assim, mesmo conseguindo o que queria, Marilyn não estava inteiramente satisfeita. Ela sempre procurava meios de aprimorar, não só o que conseguiu mas também a sí mesma. Principalmente a sí mesma. 
Mesmo sendo atriz, Marilyn sempre tinha um tutor/professor de atuação ao seu lado, mesmo depois de ser aclamada internacionalmente. Um tutor que estivesse lá por ela, a encorajando e falando que ela era realmente boa. Um tutor que a ajudasse a acreditar no seu talento, porque ao seu redor, as pessoas pareciam não dizer a ela o quanto era boa e quão grande era a sua importância. Talvez por se sentirem intimidados e/ou ofuscados por estarem em sua presença -o que não era algo despercebido. Não acreditava no próprio potencial, não achava que era tão boa.
Ela era uma garota assustada e insegura, devido seu passado. E por isso vivia aos pedaços por aí. Por isso se trancava no seu camarim e chorava quando alguém gritava com ela, porque naquele ato Marilyn comprovava que não era boa. E ela queria ser boa. Todos viam Marilyn Monroe como a figura, o sex symbol, a beleza, a Lorelei, e não Norma Jeane. Mas ela não era só isso, e precisava que os outros vissem também. Se foi tal "humildade" que fez da atuação de Marilyn melhor e melhor ao longo dos filmes, não sei. Mas sei que foi sua determinação que levou-la aos lugares. Foi sua sede de se sentir encaixada e sentir nas mãos as coisas que a levou ao estrelato, ao reconhecimento. Foi essa mesma sede que a levou para outros lugares. Por ela apenas ser vista como a figura da mulher bonita e detentora do glamour, ela teve dois divórcios, incluindo o divórcio com o que se não foi o "amor de sua vida", foi o homem de sua vida, Joe DiMaggio. Sua determinação a levou a lugares onde nunca imaginou estar, nem em seus melhores sonhos.
Apesar de tudo, de toda sua ambição, de onde chegou, sonhava também com uma vida mais simples. Queria casar e morar no Brooklyn. Dizia que de lá era a melhor vista que conhecia, que era o melhor lugar que conhecia. Nunca conseguiria voltar ao anonimato, mas se não tivesse experimentado a fama e todo o glamour que o mundo tinha a lhe oferecer -afinal, o mundo não só era dela, ele é-, nunca descobriria como gostava da vida simples, como dona de casa, esperando seu marido chegar para serví-lo o jantar. Viveu tudo que quis viver. Talvez alguns arrependimentos, mas como disse, caso não houvesse passado por tudo aquilo, nunca se arrependeria. Se arriscou à maneira que quis, quando via a oportunidade.


Hoje não é uma data para lembrar da frágil e pobre Marilyn, daquela Marilyn que vivia sendo assolada pelo medo de falhar. Mas sim para lembrar da grande Marilyn Monroe!, uma mulher lutou por seus maiores sonhos e passou a sua vida tentando tirar o máximo de sí, tendo extrair o máximo de seu talento. É um dia para lembrar de quão boa era Marilyn e o quanto ela conseguiu com isso. E, principalmente, o quanto era um ser humano como qualquer um, o quanto Normal Jeane ainda era parte de sua personalidade.
É um dia apra sentir falta dela. Querer que ela estivesse viva para que continuasse atuando e continuasse fazendo bons filmes. Nós sentimos a falta dela, com certeza. Mas sabemos que ela está em paz, o que ela sempre quis ter. Sabemos que mesmo não tendo ela aqui, fisicamente, temos diversas coisas que podemos apreciar. Temos boa lembranças de Marilyn Monroe. Ela deixou tudo isso para todos nós. Para que ninguém pudesse esquecer dela. E nós honraremos sua memória. E levaremos suas lembranças para junto de nossos túmulos. Marilyn Monroe merece isso, merece ser reconhecida e merece sentir que estar sendo reconhecida. E aposto, que agora, vendo as coisas de outro ângulo, é exatamente como ela se sente. Amada, talentosa, feliz.

"I don't know why so many people live in the past. It wasn't better to be young then. You should create your own icons and way of life. Because nostalgia isn't glamorous. If I had one thing to say, it would be: Live your life now".


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