Projetor: My Week With Marilyn (2011)

sábado, 5 de maio de 2012
O ano de 2012, para aqueles que não sabem, marca os 50 anos de morte de um dos mais célebres ícones do cinema norte-americano: Marilyn Monroe. E assim como aconteceu com o centenário do RMS Titanic no último dia 15 de abril, o mundo não poderia deixar a data passar em branco sem nenhum tipo do comemoração. Apesar de ter sido lançado no dia 23 de novembro de 2011 nos Estados Unidos, "My Week With Marilyn" é uma das comemorações artísticas para a data e chegou aos cinemas brasileiros a mais ou menos uma semana.
Baseado em dois livros de Colin Clark, o filme mostra o making of do filme The Prince and the Showgirl (1957), estrelado por Marilyn Monroe (Michelle Williams) e Laurence Olivier (Kenneth Branagh). O filme centra-se na visão de Colin Clark (Eddie Redmayne), que trabalha como assistente no set britânico, e na semana em que Monroe passou sendo acompanhada pela Grã-Bretanha por ele, depois que seu marido, Arthur Miller (Scott), deixou o país durante sua lua de mel.
A imortal Marilyn Monroe é interpretada por Michelle Williams (um dos papeis mais recentes dela foi atuando em "A Ilha do Medo", ao lado de Leonardo DiCaprio), que através de uma interpretação magnífica não só revive sua personagem na tela do cinema, mas também repassa a ideia de que o que estamos vendo é, na verdade, Marilyn Monroe e não Michelle Williams. É inegável o pensamento "Marilyn IS alive!" enquanto se assiste ao filme.
A princípio me mostrei bastante relutante em ver alguém se quer tentar interpretar Marilyn Monroe. Primeiro porque quem conhece a história da atriz, vai saber do que eu estou falando. Segundo porque é Marilyn Monroe! Acabou que logo na primeira cena de Michelle, fui achando diversos defeitos que fossem me fazer odia-la. "Um pouco acima do peso. Má dançarina. Muito dura. Peitos feios e caídos. Siliconada. Rosto muito estranho". No entanto, na medida em que o filme foi passando, fui sentindo cada vez mais que alí era realmente Marilyn Monroe. Williams interpretou tão bem o seu papel que é impossível não ver que ela estava fazendo exatamente o que Marilyn sempre tentou fazer (e com sucesso): não tentar ser o personagem ou fingir que é ele, mas SER ele. Coisa que comprova ser verdade ao ver o filme.


O longa-metragem tomou muito cuidado para mostrar Marilyn como ela realmente era e estava na época, 5 anos antes do suicídio. É interessante ver o filme quando se tem pelo menos uma noção básica de Marilyn Monroe como pessoa, porque você vê que nada ali foi inventado ou aumentado. Monroe sempre se preocupou em interpretar muito bem seus personagens e sempre foi incrivelmente insegura sobre o seu talento. Uma simples crítica mal feita, podia destruí-la. Por outro lado, aqueles que vão ver tendo Marilyn Monroe apenas como a grande estrela da década de 50 e 60, vai ter a ideia de que ela não passava de uma estrela com síndrome de brilhantismo e com um ego inchado. Mesmo com as cenas que mostram ela passando por suas dificuldades de se entender com o seu papel, a showgirl.
"My Week With Marilyn" começa com Marilyn sendo Marilyn, dançando e cantando. Logo em seguida, a cena é da equipe técnica do filme procurando locações para abrigar sua estrela, que na época já era mundialmente conhecida. Marilyn desembarca em Londres junto ao seu recente marido (o terceiro), Arthur Miller, e se aconchega em uma casa isolada no campo conseguida por Colin Clark, um rico jovem rapaz de 20 e poucos anos que sonha em entrar para o mundo cinematográfico como diretor, apesar de seus pais não o suportarem. Junto aos dois está Paula Strasberg (Zoë Wanamaker), a professora de dramatização pessoal de Marilyn, que ninguém suporta devido ao seu intermédio constante na atuação de Marilyn, levando todos a loucura. Menos Marilyn, claro.
Por ser sempre insegura, Marilyn constantemente se atrasa para as gravações, fazendo todos esperarem por ela por 3h, 4h. No entanto, quando Marilyn entrava em cena, sempre sabia suas falas de cor (mesmo que muitas vezes errasse devido ao nervosismo) e quando acertava em cheio, ninguém mais conseguia lembrar os motivos pelos quais estavam com raiva de Marilyn. Em meio a isso tudo, Colin sempre dá o melhor de sí e está sempre checando se Marilyn estava bem a pedido do diretor. É aí que os dois começam a criar uma forte amizade, levando Colin ser o principal confidente de seus segredos, o que acaba deixando outros muito irritados. Como por exemplo, Milton H. Greene (Dominic Cooper, que atuou em "Mamma Mia!"), seu parceiro de negócios. Tão próximo de Marilyn e sempre cuidando de seus assuntos, Colin acabava também perdendo os encontros com Lucy (Emma Watson), que trabalha no guarda-roupa do filme.
Depois que Arthur Miller volta para os Estados Unidos para ver seus filhos (e se distanciar um pouco de Marilyn, alegando ter sua vida completamente sugada por ela) e da briga que os dois tem depois que Marilyn acha anotações de Miller sobre sua atuação (embora que o mesmo diga que não são nada e que ela está as interpretando de forma errada), Marilyn se encontra completamente solitária e a procura de algum amigo de verdade, começa a se aproximar cada vez mais de Colin, agora constante em sua vida. Saídas as escondidas, "sleep-overs", cuidados especiais, atenção. No fim de tudo, os dois acabam criando um curto romance que acaba pouco tempo depois que Marilyn termina com as filmagens do filme e volta para a América. No entanto, é claro que ela não poderia deixar Londres sem antes se despedir propriamente de Colin, mesmo que isso a leve em um lugar muito improvável e mesmo que Marilyn tenha usado Colin para outros fins mais "pessoais" como para ter um "vigia" por perto.
Uma das cenas mais marcantes do filme é a cena da banheira. Marilyn, depois da conturbada noite, está tomando banho e cantando, sem perceber por alguns segundos que Colin a estava observando. Outra é quando Marilyn vê uma pequena multidão de empregados do castelo a qual foi visitar e pergunta a Colin "Should I be her?" e logo em seguida começa a fazer poser à la Marilyn enquanto o instrumental de "Diamonds Are a Girl Best Friend" toca ao fundo.
Entre cenas e mais cenas dramáticas, o filme não poderia acabar sem pelo menos algo engraçado. Tal cena, a mais memorável dos momentos felizes, se dá pela dancinha de Marilyn Monroe ensaiado para um de seus show no papel do filme "The Prince and the Showgirl". Simplesmente explêndido.


Uma hora, trinta e oito minutos e cinquenta e cinco segundos depois. "My Week With Marilyn" chega ao fim e a minha reação automática é aplaudir. Mesmo que não seja um filme sobre a vida de Marilyn Monroe e sim um filme sobre um romance que a mesma teve durante as gravações do filme, o longa-metragem não peca muito em apresentar um pouco da personalidade de Marilyn.
No fim das contas, a minha nota final para o filme é 4.5. O motivo? Tiro 0.5 porque este não é um filme sobre a vida de Marilyn Monroe.

1 comenta(m):

  1. Arrasou ;*

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