Fumaça

domingo, 5 de setembro de 2010
Página um. Página um. Página um.
Era um lindo quintal, até que não era mais. Não!
Página um. Página um. Página um.
Estava olhando o horizonte. O sol já ia sumindo quando... NÃO!
Página um. Página um. Página um.
Estou a horas olhando esta folha. Nada sai! É como se fosse fumaça: vejo, mas não consigo pegá-la. Do que adianta tudo isso? Do que? Eu digo: de nada! Uma mente bloqueada para um escrito não é nada. Uma mente bloqueada é que nem a falta de amor a um poeta. É igual a falta da melodia para um cantor. É como se fosse o pessimismo para o otimista. Uma mente bloqueada é isso para um escrito. Você olha a página por horas, branca como o marfim. Tenta escrever frases, mas não saem nem as letras. O pior é quando você consegue escrever frases, mas elas não se encaixam. Não fazem sentido.
Por mais que você tenta criar as personagens, o seu cenário, a sua história, o desfecho... Você não consegue escrever! Tudo é uma imensa depressão que não para de cair. Cai. Cai. Cai. E não para de cair. Momentos como esses não deveria existir, parecem levar um eternidade e meia. Vem a depressão. Uma história sem fim (e sem começo). Afunda. Afunda. Afunda. E não para de afundar. Uma mente bloqueada é isso para um escrito, uma fumaça.
Página um. Página um. Página um. Página nada!

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