Uma (dolorosa) história de amor.

domingo, 27 de junho de 2010
Eu te amo. Mas sinto que meu tempo aqui não é muito grande. Então, antes de partir, tenho que fazer a última coisa na qual você me fez prometer que eu faria. Nesse momento eu estou aqui, bem próximo a você. Vejo que está numa cadeira, bem em frente a mim, que está sentado na cama. Levanto-me, então te viro. Percebo que há lágrimas em meu rosto. Dor e felicidade. Lentamente, vou me curvando em direção ao seu rosto. Vejo que você está de relutância, mas percebo também que anseia por aquilo tanto quando eu. Estou bem perto ao seu rosto, a sua boca. Antes de qualquer coisa eu lhe digo "Eis como prometido!". Então a beijo, a boca. Bem devagar, pra se aproveitar os últimos momentos que eu tenho. De pouco em pouco o beijo se torna mais e mais intenso. Mas não vira desespero, claro. Continua sendo uma coisa dolorosa e ao mesmo tempo feliz. Então, paro de te beijar, você se levanta e me diz "Como prometido!". Leva seu rosto próximo ao meu e continua a me beijar. Seus braços estão envolvendo toda a minha cintura. Estás me abraçando. "Você me pertence, e eu à você”, penso comigo mesmo. No fim, eu solto seus lábios dos meus e repito mais uma vez: "Como prometido.”. Mas, logo complemento com o meu desejo “Mas não será só isso. Quero, agora, um favor seu.". Te pego pelo braço, e então o puxo pra cama. Deito-me. Deitas atrás de mim. Puxo seu braço pra debaixo da minha cabeça, o outro abraça minha barriga. Lentamente eu respiro. Meu tempo está chegando ao fim. Quando percebe o que eu percebi, me abraça mais forte e diz “Não se preocupe, tudo vai ficar bem, agora.”. Sinto mais uma lagrima descer e desenhar o meu rosto, e, naquelas palavras, eu adormeço feliz. A Lua então se vai, o Sol clareia a manhã. Os pequenos passarinhos azuis e verdes cantam para alegrar a todos em uma bela manhã de Sol. O dia está lindo, exceto por um detalhe. Meus olhos não abrem mais. Meu tempo enfim chegou. Foi de madrugada. Já não pertenço mais a este lugar. Agora, faço parte de outro lugar, um lugar acima do nosso. Fui feliz enquanto vivia abaixo dos céus azuis-claros-anil e nuvens branco-algodão-doce. Tenho que confessar: eu morri ao lado de alguém que amei por muito tempo. Sinto-me mal por ter deixado esse amor lá, ao lado do meu corpo frio e morto, apenas. Mas não tinha nada que eu pudesse fazer para fazer aquilo não virar realidade. O que importa, agora, é eu morri feliz.

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