É como se não houvesse amor.

domingo, 1 de agosto de 2010
E o rio que corre nunca mais volta, e tudo que vai não pára e não adianta apressares o passo tropeçares atrás dele, mesmo que o agarres a água escapa-te entre os dedos numa leveza insensível e cai na terra já húmida, onde um dia poderá nascer a flor ou apenas mais uma poça de lama, onde numa noite chuvosa te poderás enterrar ate afogares as mágoas e a vida que há em ti, ou a falta dela. Não há socorro possível, não há mão que te salve de ti mesma, já não há voz para gritar uma causa perdida, um choro mansinho com soluços aflitivos. É um tsunami gigante de lágrimas magoadas que te desabam como um sopro num fósforo agora apagado. Enquanto andas à deriva rodeada de fotografias de tempos outrora felizes tão longínquos como os anos-luz que separam a terra do sol, mas não te sai esse sorriso gravado no rosto que um dia ele te desenhou com traços finos e delicados tão perfeitos e inimitáveis que se tornaram míticos. É por isso que hoje te cai o mundo aos pés só para te contemplar de perto enquanto tu choras o cinismo que ele emana com uma frieza que te fere a pele e te destrói o coração e nem que inventem uma cola-corações ou um aspirador de mágoa te livrarás desse ácido que te corroeu a alma (como se ela não fosse eu como se ele não fosses tu como se não houvesse um amor imenso (e doloroso) entre nós.)

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